Uma carta para o tempo
A sua lembrança me invade de vez em quando. Não sei porque sua lembrança insiste em ficar. Não há razão que possa explicar. Não houve nada, mas ao mesmo tempo houve tudo. Houve um olhar cheio de brilho em minha direção. Houve sua taquicardia visível e houve seus pensamentos. Será que havia algum sentimento? Penso, pra que perder meu tempo com tolices. Eu não consigui sentir tudo isso no mesmo compasso do seu coração. Talvez, tenha sido apenas desejo da sua parte. Por que não encarar os fatos? Eu sabia que não poderia entregar meu coração a uma paixão como essa. Mas...se eu quisesse, quem sabe eu tivesse tornado tudo real? Não me arrependo não! Eu fiz o que era certo. Você soube como se eternizar em minha memória. Procurei seus vestígios, achei alguns. Me deparei com sua imagem, te acariciei sem você saber ou sentir. Te olhei longamente como você costumava fazer. Pensei: poderia ter sido, mas não duraria uma eternidade. No fundo, eu sabia que nunca poderia ser. E, agora que está tudo modificado, como seria? Como seria se você me visse? Como seria se deparar com essa nova imagem que o tempo imprimiu a mim? Te amar não cabe a mim, não cabe a mim nem mesmo sentir por você paixão passageira. Eu tenho um grande amor, mas de vez em quando você vem me visitar nos meus sonhos que sonho dormindo ou acordada. A melhor forma de dizer que te gosto é te desejando o melhor. A melhor forma de te esquecer não há. De vez em quando, você vem me visitar.
Por:Aline Batista
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